Uma matéria publicada recentemente pela revista Época Negócios, aborda os esforços de Portugal na área da educação para manter seus bons índices no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Desde que o exame passou a ser aplicado pela OCDE (Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico) nos anos 2000, Portugal é o único país europeu a apresentar um desempenho positivo contínuo na avaliação. Mesmo nos períodos de crise por que passou, e de escassez de recursos na área da educação, o país luso conseguiu manter sua progressão, o que lhe rendeu, recentemente, o ‘título’ de “estrela ascendente da educação”. O desempenho global do país ainda é mediano, mas o significativo é que mantém-se em uma linha crescente, em constante evolução, há pelo menos quinze anos consecutivos.
Na última avaliação os alunos portugueses obtiveram uma pontuação de oito pontos superiores à média na área de ciências, cinco em literatura e dois em matemática, ocupando, assim, a 17ª, 18ª e 22ª posição no índice geral, que conta com setenta e dois países participantes do exame. Essas médias o colocam entre os países com a melhor educação do mundo, mas ainda assim, o deixam distante do topo da lista, ocupado por Singapura, Finlândia, Hong Kong, Suíça e Canadá.
E o que há por trás do sucesso de Portugal, que apesar de todas as dificuldades econômicas por que passou nos últimos anos — com redução de gastos e ajustes fiscais impostos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) — vem conseguindo consolidar tão bons índices?
Desde a década de setenta Portugal vem centrando esforços em universalizar a educação no país. Estes esforços apresentam agora os primeiro resultados, com uma safra de estudantes, filhos de pais 100% alfabetizados, capazes de reconhecer o valor da educação e também muito mais engajados na educação dos próprios filhos.
Se temos hoje mães mais educadas e mais encorajadas, é natural que tenhamos crianças mais capazes de se inserir na escola, de se envolver e de evoluir na escola.
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O indicador que mais influencia o rendimento escolar é a educação e a escolarização da mãe”, diz Gomes Ferreira, que coordena o Grupo de Políticas Educativas e Dinâmicas Educacionais do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século 20 (CEIS20).
Além disso, políticas de atenção básica aos primeiros anos de vida tem mudado a realidade da sociedade portuguesa e refletido nos índices educacionais do país. Todos os países que nos últimos anos apresentaram bons índices na educação, mantiveram esforços também em outras áreas, sobretudo na humanização e cuidados na primeira infância, com a implementação de de políticas sociais voltadas para a qualidade de vida e bem-estar social.
Um relatório de 2017 indica ainda que só 15 países, entre eles Portugal, adotam as três políticas nacionais básicas de apoio a pais de bebês e crianças pequenas no período mais crítico de seu desenvolvimento, com dois anos de educação pré-primária gratuita, pausa para amamentação no trabalho para as novas mães nos primeiros seis meses e licença parental adequada (Época Negócios).
Educação é o pilar principal de qualquer sociedade desenvolvida. Vai além de seus aspectos meramente formais, que as vezes ficam confinados aos muros da escola. Os exemplos têm nos mostrado que a educação e o todo social formam, em verdade, uma simbiose e se retroalimentam em uma progressão contínua e necessária. Que possamos, enfim, aprender.
Recomendamos a leitura da matéria em questão, na revista Época Negócios, clicando neste link.
Boa leitura!
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