O que é o PISA e como anda o Brasil nesta avaliação internacional?

O que é o PISA?

O PISA é um programa internacional de avaliação de estudantes, sigla em inglês para Programme for International Student Assessment (PISA), cujo objetivo principal é subsidiar os governos dos países participantes com dados que possam fomentar a discussão em torno da educação básica.

A avaliação tem por foco três áreas do conhecimento: Literatura, Matemática e Ciências, e a cada edição, dá ênfase a uma dessas áreas. Assim, na primeira edição, em 2000, a ênfase da avaliação foi em Literatura, depois, em 2003, em matemática e em 2006, em ciências. A cada três edições do Programa reinicia o ciclo e em 2009, portanto, a ênfase foi novamente em Literatura e assim subsequentemente.

O PISA é coordenado internacionalmente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e cada país participante organiza a sua própria aplicação. No Brasil, a tarefa cabe o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). É comum que a cada edição do PISA haja inclusão de novos países ou mesmo a não participação de países que participaram em edições anteriores. Em 2012, por exemplo, foram avaliados estudantes de sessenta e cinco países e na edição de 2015, os números foram aferidos considerando setenta países participantes. Logo, o ranking elaborado pela OCDE deve ser relativizado a cada edição do Programa. O Brasil é o único país da América do Sul que participou de todas as edições do PISA.

Os cinco primeiros países no ranking de 2015

Até a data de publicação desse post, os resultados do PISA 2018 ainda não haviam sido divulgados, assim, os últimos dados consolidados, eram os de 2015. Nessa edição, Singapura foi o país com melhor índice na avaliação, figurando no topo do ranking da OCDE, seguido por Japão, Estônia, China e Finlândia. O país sul-americano melhor posicionado foi a Argentina, na 38º posição. Entre os países lusófonos, Portugal desponta na 23º posição, porém, em uma linha ascendente desde a aplicação da primeira avaliação do PISA, em 2000.

E quais os resultados do Brasil?

Desde a primeira edição do PISA, em 2000, o Brasil vem oscilando em uma média pouco variável, tendo o seu melhor resultado em 2009. Nesta ocasião, obteve desempenho levemente superior que em outros anos em Literatura, 402 pontos. Em Matemática, o resultado foi maior que em 2006, porém menor que que em 2012 (386 pontos). Na área de ciências, ficou um pouco acima do que conseguiu em 2006, com 405 pontos.

Dados do Brasil no PISA de 2000 à 2015. Fonte: INEP.

E o que esses dados nos dizem sobre a educação no Brasil?

O dados do PISA são uma amostragem da realidade. Embora se constituam em bons indicadores, carecem de tratamento adequado para que possam torna-se fontes confiáveis para qualquer conclusão. De qualquer forma, o relatório elaborado pela OCDE em 2015 indica que em média, a educação no Brasil está estagnada, pelo menos desde 2006 sem avanços significativos. A média do estudante brasileira em matemática, por exemplo, está mais de 100 pontos abaixo da media geral dos países participantes (Brasil: 377 / Média geral: 490). Nas outras áreas o Brasil fica também muito aquém, principalmente, quando comparado ao desempenho de países com nível sócio-econômico mais elevado. Observando este critério, a pontuação média de estudantes de países mais ricos é de 38 pontos em ciências, quando do estudante brasileiro é de apenas 27 pontos.

Apesar disso, o relatório da OCDE aponta também que entre 2012 e 2015 houve um aumento de 10% no investimento em educação básica no Brasil, mas este avanço não se traduziu ainda em resultados efetivos como seria esperado. Podemos observar, pelos dados do PISA, que o Brasil vem, ao longo dos anos, engatinhando vagarosamente, sem avanços significativos que indiquem uma mudança de rumos.

Os dados do PISA realizado em 2018, que devem ser divulgados já no primeiro semestre de 2019, podem nos alentar com boas esperanças. Ou, esperamos que não, prolongar a agonia de quem espera, urgentemente, que a educação no Brasil enfim saia do patamar em que se encontra.

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